Last Updated on: 28th fevereiro 2023, 07:00 pm

Suvinil e Histórias de Casa

Quando Rita aperta a campainha do apartamento vizinho, quem abre a porta é sua própria irmã: Lena. Sim, as irmãs se tornaram vizinhas há algum tempo, quando Lena e Fabrizio decidiram se mudar para o mesmo endereço de Rita e Nico – o querido prédio Santo Antônio, em Pinheiros. O predinho sempre chamou a atenção de ambos os casais com os detalhes charmosos de sua arquitetura, então eles sonhavam com a possibilidade de um dia viver ali. Deu tudo certo e a mudança trouxe as duas para mais perto, literalmente: hoje apenas um corredor estreito as separa. 

Mas antes disso acontecer, o apartamento de Rita e Nico passou por uma intensa reforma. O forro do teto foi retirado para que o pé-direito ficasse mais alto e a cozinha trocou de lugar com o quarto, aumentando o espaço da área comum. “Deixamos o dormitório nos fundos, onde é mais silencioso. E ainda criamos uma área externa na parte de cima”, Rita explica. Cada um desses detalhes foi pensado em conjunto com os arquitetos da Vapor Arquitetura – responsáveis pelo projeto – e a M2GA, que executou todas as transformações. A decoração veio como uma forma de adicionar ainda mais personalidade e história ao novo lar: a mesa de jantar, por exemplo, foi feita pelo amigo marceneiro Rodrigo Luz, enquanto a estante de livros foi pensada por Claudio Correa Abreu. 

apartamento prédio antigo com pé direito alto
Viver entre a família e os livros
Viver entre a família e os livros
Parede na cor Água-Doce, da Suvinil
apartamento prédio antigo com pé direito alto
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Viver entre a família e os livros

Aliás, a estante é um capítulo à parte: “A ideia sempre foi ter muito espaço para os livros porque eu trabalho como editora e o Nico também já tinha uma biblioteca grande quando nos conhecemos”, Rita lembra. A quantidade de exemplares enche algumas paredes do apê e deixa clara a importância dos livros na vida do casal, mas o cuidado vai além. Como o prédio é antigo, os moradores chamaram um engenheiro para calcular se a estrutura aguentaria o peso de tanto papel. A resposta? Dá para deduzir ao olhar as prateleiras preenchidas de ponta a ponta. 

O projeto inteiro do apartamento foi muito orientado pelos livros, o que fez surgir a ideia do nicho na estante para acomodar mais pessoas na sala. Ali também ficam alguns objetos e peças trazidos por Nico. “Ele é colombiano e bastante coisa da nossa casa vem da Colômbia, como o tapete da sala e alguns artesanatos”, conta Rita. A decoração é repleta de afeto e resgata as origens de ambos: alguns móveis foram herdados da mãe da moradora, enquanto outros acompanharam o casal de uma casa para outra. 

A relação atenciosa com as plantas faz parte da rotina dos dois. Não por acaso, durante a pandemia o terraço se tornou uma das áreas mais aproveitadas do lar. Ali eles cultivam algumas espécies e também uma horta que leva mais propósito para outro ambiente que Rita e Nico amam: a cozinha. O piso rosa e os azulejos azuis desse espaço direcionaram o casal na escolha de todas as outras cores que apareceriam pela casa.  

Viver entre a família e os livros
Viver entre a família e os livros
Viver entre a família e os livros
Viver entre a família e os livros
Viver entre a família e os livros
Viver entre a família e os livros
apartamento prédio antigo com pé direito alto
apartamento prédio antigo com pé direito alto
apartamento prédio antigo com pé direito alto
Viver entre a família e os livros
apartamento prédio antigo com pé direito alto
apartamento prédio antigo com pé direito alto

A outra influência colorida veio da transformação que a Suvinil realizou na fachada do prédio com a cor Meia-Luz: “O nosso terraço dá direto para a parede de fora do apartamento da Lena e do Fabrizio, que antes ainda estava com as marcas da reforma deles. Agora, a cor mudou nossa vista!”, Rita diz. Uma pintura também aconteceu dentro do apê do casal, nas paredes da escada logo na entrada. A cor Água-Doce, bem neutra, ajuda a manter claro esse espaço que recebe pouca luz. “Quem sugeriu o tom foi o Fabrizio. E é incrível como uma mudança pequena fez tanta diferença”. 

A vida no prédio Santo Antônio é feita a partir dessa rede de colaboração e amizade, em que um vizinho pode contar com o outro. No caso da Rita e do Nico, os laços familiares são ainda mais estreitos e se misturam em uma rotina gostosa que parece ser vivida há muito tempo: “Nos mudamos um pouco antes da pandemia, então só terminamos de arrumar tudo durante a quarentena, mas passar tanto tempo em casa fez com que sentíssemos que moramos aqui há séculos. Conhecemos cada detalhe deste apartamento!”, eles falam. E na verdade, é essa percepção dos dois que torna tudo ainda mais especial. 

Texto por Natália Pinheiro | Fotos por Maura Mello